A
montadora de caminhões e ônibus Scania anuncia investimento de R$ 101
milhões na aquisição de sete concessionárias da marca em Santa Catarina
que estavam com o grupo Battistella. Desde sexta-feira, as unidades que
atendem 219 municípios estão sob a gestão da companhia sueca, numa prova
de confiança no crescimento do mercado catarinense. Segundo o
diretor-geral da Scania no Brasil, Mathias Carlbaum, o objetivo é
melhorar o atendimento e crescer. O grupo prevê mais investimentos no
Estado para ampliação de serviços nos próximos meses.
A
Battistella seguirá com as seis concessionárias que opera no Paraná. As
unidades de SC assumidas pela fabricante são as de Biguaçu, Concórdia,
Cordilheira Alta, Criciúma, Lages, Tubarão e Videira. O grupo Mevepi,
que atua com a marca em parte do Estado, continua com as unidades de
Joinville, Balneário Piçarras, Itajaí e Rio do Sul. Atende a clientes em
73 municípios da região.
A
maior presença da Scania em Santa Catarina é com caminhões, mas ela se
destaca também nos setores de ônibus rodoviários e urbanos, motores
industriais e marítimos, além de uma forte rede de serviços. A sede de
Biguaçu, na Grande Florianópolis, será a matriz da empresa no Estado e o
gestor da nova operação é o sueco Oscar Jaern, 36 anos, que trabalha há
12 anos na Scania, tendo atuado na América Latina, Portugal e Oriente
Médio.
Esta não é a estreia da montadora com lojas próprias. Ela detêm a
Codema, rede de concessionárias de São Paulo, e a Suvesa, que atende o
Rio Grande do Sul.
- A rede de concessionárias Scania é reconhecida por sua qualidade no
atendimento e pela busca de encontrar a melhor solução para o cliente.
Vamos continuar com essa tradição - afirma Carlbaum.
Em seis unidades catarinenses, a empresa oferece caminhões semipesados,
pesados e off-road, ônibus urbanos e rodoviários, serviços, programas de
manutenção, programa de serviços dedicados (estrutura dentro do próprio
cliente), peças, motores industriais, marítimos e para grupos geradores
de energia, serviços de revisão e manutenção de veículos. Em Criciúma,
há uma loja que vende apenas peças. No total, a empresa soma 100 boxes
de atendimento ao cliente.
Diretor-geral da empresa no país, Mathias Carlbaum afirma que novos investimentos serão feitos dentro de seis meses .
Ofereceremos uma linha própria de crédito
Entrevista Mathias Carlbaum
Diretor-geral da Scania no Brasil
Porque a decisão de comprar parte das concessionárias da marca em SC?
Santa Catarina é um Estado com quem temos um relacionamento muito longo e
uma parte fundamental do transporte do Brasil está concentrado aí. A
decisão de compra foi para assegurar o nosso nível de serviços na região
e crescer mais. Já atuamos com concessionárias próprias em São Paulo e
no Rio Grande do Sul. As que assumimos há 15 anos hoje estão três vezes
maiores do que quando entramos.
Qual é o peso de SC para a companhia?
O Estado representa mais ou menos 10% do nosso volume nacional de
vendas. A região da Battistella, que estamos assumindo, responde por 7% a
8% do total nacional. O que mais vendemos são caminhões. No ano
passado, vendemos mais de 1,2 mil caminhões no Estado. São sete casas
com venda de veículos novos mais os postos de atendimento de serviços.
Os serviços são fundamentais para a região.
Além da aquisição das unidades, a Scania prevê mais investimentos no Estado?
Vamos investir mais, mas ainda é cedo para informar quanto porque
estamos assumindo. Os investimentos poderão ser em capital humano, para
atendimento em oficinas e também em novas instalações para serviços. No
Brasil, além das oficinas próprias, estamos montamos oficinas dentro das
casas dos clientes. Isso vai ocorrer também em Santa Catarina. Esse
processo vai ser definido num período de quatro a seis meses.
Como foram as vendas para companhia no Brasil este ano frente a 2014?
Este ano o mercado brasileiro caiu para a nossa empresa na faixa de 60%
em relação a 2014. Nós fomos fortemente atingidos pela crise. Entramos o
ano prevendo que seria muito difícil e está sendo. De janeiro a
novembro, vendemos 4.762 caminhões e 341 ônibus. Em 2014, vendemos
14.143 caminhões e 1.063 ônibus. Isso resultou da crise e de incentivos
anteriores. Muitas compras de caminhões foram antecipadas em 2012, 2013 e
2014 em função de linhas de crédito acessíveis.
Quais são as expectativas para o ano que vem?
Se fala em queda do PIB de 2% até 3%. Mas o nosso setor caiu tanto!
Tivemos retração de 15% no ano passado e de 60% este ano. O mercado já
está bem no fundo. Mas há uma grande necessidade de transporte
rodoviário no Brasil, tanto para cargas quanto para passageiros. E como
não há recursos públicos para financiamento, a Scania oferecerá linha
própria. Ofereceremos leasing do Banco Scania para financiar nossos
clientes. É normal adaptar-se à realidade e trabalhar. O foco nosso em
todo o país será de proximidade e atendimento aos clientes na área de
serviços.
Montadora fez cinco lançamentos este ano
Apesar das dificuldades impostas pela recessão, a Scania, que tem
fábrica de caminhões e ônibus em São Bernardo do Campo, São Paulo, desde
1959, aproveitou para lançar produtos inovadores. Apresentou cinco
novidades, três para caminhões e duas para ônibus. Para o transporte de
carga, lançou cavalo mecânico rodoviário 8x2 para 54,5 toneladas de
carga normal e 37 toneladas de carga líquida. O Griffin Edition foi uma
série limitada de 300 caminhões, com cor exclusiva, e a Cabine Estendida
para três modelos, que permite mais conforto ao motorista e passageiro e
maior capacidade de carga.
Como tem no DNA a ênfase pela segurança nas estradas, a Scania mantém
desde 1997 uma parceria com a Fabet, de Concórdia nessa área. Fornece 30
caminhões usados para o treinamento de motoristas visando a aumentar os
níveis de segurança nas estradas, reduzir o número de acidentes,
valorizar a profissão de motorista e profissionalizar o setor. Segundo o
diretor-geral da Scania no Brasil Mathias Carlbaum, essa parceria
reforça a importância que o Estado tem para a companhia. Outra aposta da
Scania é nos ônibus, diante da crescente demanda nas cidades
brasileiras. Lançou o modelo K 360 para 50 lugares para médias
distâncias e o biarticulado urbano F 360 HA, com capacidade para
transportar até 270 passageiros e voltado a corredores BRT de grandes
cidades.
Conforme Mathias Carlbaum, a composição do biarticulado com a
configuração 8x2 e 28 metros de comprimento permite transportar 270
passageiros. Com essa capacidade, pode tirar das ruas até 135 automóveis
com duas pessoas, ou 68 automóveis com quatro pessoas. Atualmente, 27
cidades do país estão implantando 61 projetos de BRT porque consiste
numa solução semelhante a do metrô, mas com custo operacional 10 vezes
mais baixo e tempo de implantação de apenas 18 meses. Outra mudança da
Scania para melhor atender o transporte urbano foi a adoção de um novo
formato de trabalho. Ela deixou de vender apenas chassi do veículo para
oferecer solução completa, que inclui o veículo e colaboração em
aspectos logísticos e legais para cada projeto.
Ônibus verde
Projeto inovador em teste no Brasil é o Ônibus Scania a GNV, mobido a
biometano/GNV que permite custo de operação 30% inferior ao do diesel. O
uso do biometano reduz em 85% as emissões de gases poluentes nas
cidades e se o combustível for o GNV, as emissões caem 70%. O veículo já
foi testado este ano em diversas cidades do Brasil, inclusive em
Florianópolis.
FONTE: A Notícia
FONTE: A Notícia
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